quarta-feira, 24 de julho de 2013

Uma das muitas histórias da falange de Zé Pelintra




 Historia que se deu no sertão Pernambucano onde hoje se localiza a cidade de Exu. José Pereira de Souza, o vulgo Zé Pelintra, era o primogênito de uma família de cinco filhos. Zé veio ao mundo prematuro com poucas chances de vida. Então sua mãe lhe deu o nome de “José” em homenagem a São José, santo ao qual ela era muito devota, fez isso como uma maneira de apelar para que o santo salvasse a vida do seu filho, ou como Zé mesmo disse “Botaram meu nome José pra ver se eu escapava” e realmente escapou. Ainda muito jovem Zé teve de tutelar seus irmãos, pois perdeu seus pais cedo no inicio de sua adolescência. Sua mãe foi vitima de um câncer e seu pai veio a desencarnar logo após. Não tendo como sustentar seus irmãos em sua cidade natal, Zé foi tentar a vida na capital. Ao chegar a Recife tiveram que procurar abrigo nas ruas pernoitando pelo    chão do cais de Santa Rita. Por ali mesmo Zé fazia bicos na parte da manhã para alimentas seus irmãos e passando algum tempo ali conheceu garotas de programa e virou um cafetão.
 Na vida de aliciador de prostitutas, Zé conheceu alguns coronéis e homens de posses que iam ali para trair suas esposas. Como ele nunca fugia de brigas e se confiava muito em seu jogo de pernas, a famosa capoeira, um dia teve um bate boca com dois policiais e desse bate boca gerou uma briga em que nosso companheiro cortou a orelha de um deles, então começaram a atirar em direção ao malandro, que por milagre conseguiu fugir. Zé foi para a fazenda de um coronel que freqüentava o cais à procura de prostitutas e que o próprio Zé tinha livrado ele de um flagrante da esposa, gerando ai uma enorme gratidão. Seus irmãos estavam dando Zé como morto, porque depois da briga ninguém mais ouvia falar nele. Após alguns dias o coronel mandou buscar os irmãos de Zé e trazê-los em segurança para fazenda de onde seguiria em caminhões no famoso “pau-de-arara” para Rio de Janeiro, ao chegar por lá seus irmãos seguiram suas vidas e Zé foi morar no morro de Santa Tereza no bairro da lapa onde seguiu com sua profissão de Cafetão.
 Nesse seu vai e vem teve um filho com uma das prostitutas. Mesmo com um filho o malandro nunca se apaixonava por ninguém só era aventura, foi quando ele conheceu Amparo, mulher que mudaria sua vida em todos os sentidos, pois, ela era casada e os boatos começaram a correr no morro, deu-se que o marido dela soube da historia e marcou o encontrou com Zé em um bar, Zé se garantia muito e foi ao encontro sem armas, já o marido de Amparo conhecia a historia de Zé e não teve duvidas saiu de casa armado com o pensamento de matar Zé. Chegando   ao bar onde foi marcado o encontro ele gritou: Quem é Zé Pelintra?  Zé virou-se e disse: sou eu! Então o marido de Amparo que era oficial do exercito, alvejou Zé com vários tiros o levando ao desencarne. A partir daí começou o verdadeiro sofrimento de Zé Pelintra onde vagou por anos no umbral depois começou a perturbar por centros espíritas e virar obsesso de encarnados logo veio à fama de bagunceiro, demônio, entre outros termos pejorativos. Até hoje isso leva varias pessoas a fazer o sinal da cruz quando escutam o nome Zé Pelintra, e nessas idas e vindas nosso companheiro se deparou com uma provação, uma menina tinha caído em um poço e seus familiares não a encontravam. Depois de muito tempo já davam a menina como morta. Até que Zé a encontrou e colocou-a na porta de casa e a mãe perguntou a filha quem a trouxe, a criança ainda cansada disse: Foi José, e a mãe respondeu assim: Só pode ser José da luz, Nessa hora uma luz cobriu Zé, ele começou a refletir suas atitudes, começou a chamar por  Deus, diante disso, um espírito de luz o procurou e o aconselhou ao bem. Desse dia em diante, Zé começou a praticar o bem e hoje se vocês pararem um pouco para olhar as redes sociais e pesquisarem o nome “Zé Pelintra” vão ver que varias pessoas falam bem dele, quem realmente o conhece pode falar um pouco dessa entidade de luz

Mestre Sibamba




 Mestre Sibamba é uma entidade, onde sua história de vida relata as épocas da época da Brasil Império (Século XIX), veio de Portugal para o Ceará ainda criança.
Ao chegar aqui no Brasil, durante período de longa seca perdeu a mãe sendo criado pelo seu pai, que era dono de um bar.
 O Pai de Sibamba era alcoólatra e tendo Sibamba apenas dois anos de idade, o pai, na intenção de matá-lo, diariamente embriagava Sibamba, porém ao invés de morrer Sibamba se adaptou ao álcool e, portanto se tornando um bebedor de primeira. Já Adulto o pai faleceu e ele assumiu o bar.
 Por costume Sibamba bebia muito, mas nesta altura já era um grande catimbozeiro, culto fortemente enraizado no Nordeste, trazido pelos negros e agregados aos cultos indígenas e outros costumes, da miscigenação cultural do nosso País. Na linha Nagô, que significa “Rei de Magias”, ele sabia usar as ervas para banhos de cura, fazia partos (era um ótimo parteiro) tirava costelas montadas, rezava as crianças de mal olhados e tudo mais.
 Então Sibamba ficou conhecido como o maior juremeiro do Ceará. Com toda a fama que fizera despertou de alguns inveja e despeito, quando descobriram que montaram uma cilada para matar Sibamba. Como ele gostava de beber, fizeram uma festa em um cabaré e o embebedaram tanto até ele cair.
Porém Sibamba alem de catimbozeiro era forte e destemido, e para matá-lo foram necessário muitos homens.
 Com o passar do tempo e sua evolução na doutrina espiritual da Jurema, Sibamba designado pelos superiores para trabalhar na linha de Mestre, sendo considerado um dos maiores e respeitados até hoje. Sibamba como outros trabalham na falange de Zé, entre eles estão Zé Pelintra, Zé Malunguinho, Zé Pretinho, entre outros

Autor desconhecido.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Fechado para Quaresma?



 Vejo essa indagação com grande preocupação, pois quando se fecha um terreiro por um determinado tempo quebrasse a corrente espiritual que une a todo que ali trabalham e é justamente nessa época do ano que devemos tomar muito cuidado.
 Muitos terreiros se encontram fechados por conta da quaresma, porém ela encobre o verdadeiro motivo, que é a falta de atualização por parte de alguns sacerdotes e sacerdotizas de umbanda.
 Quando essa atualização não ocorre, todos acabam criando um obstáculo ao conhecimento, que fica preso ao passado. Perde os terreiros que ficam fechados, perdem os médiuns que ficam sem proteção e perde a Umbanda por ter ainda pessoas que não procuram se instruir e se reciclar.
 A Quaresma é um sacramento que nada tem a ver com a Umbanda, pois nossa origem é afro e não européia. Vejamos abaixo no texto do babalaô Ronaldo Antônio Linares, que brilhantemente expõe e explica o assunto a toda comunidade umbandista.







Quaresma– Sim, devemos trabalhar durante a quaresma!
Quatrocentos anos de escravidão tornaram o Brasil um país de mestiços. Cinquenta por cento, ou mais, de sua população é de origem africana. Por isso é que, mesmo mantendo por todo esse ...tempo sua verdadeira crença nos Orixás, foi preciso esconder suas práticas religiosas nos rituais cristãos.

Nosso Calendário Litúrgico é cristão, então, São Jorge passou a ser Ogum; Nossa Senhora virou Iemanjá, Oxum e assim por diante, sempre ocultando dos brancos suas verdadeiras crenças pois sabiam que, se um dia conseguissem se libertar, só seriam aceitos de volta em sua terra se mantivessem seu próprio idioma, suas crenças, seus hábitos e costumes. Como parte dessa cultura religiosa IMPOSTA ficou para nós o já elaborado Calendário Cristão e, como ponto alto desse mesmo calendário, está a prática medieval de se observarem os quarenta dias de resguardo da Quaresma que antecedem a Sexta-Feira Santa e a Páscoa.

A princípio a igreja se mantinha de luto por quarenta dias, começando na Quarta-Feira de Cinzas. Os altares e as capelas menores eram cobertos com panos roxos (Nana?). Toda atividade artística alegre cessava e os Terreiros que funcionavam escondidos, temendo represálias por serem descobertos, cessavam suas atividades. Considerando que as atividades com os chamados Guias de Luz e com os Orixás estão paradas valem-se disso os que trabalham nas sombras, os espíritos dos malignos que aproveitam-se de estarem desprevenidos os homens bons para promoverem o mau.

A tradição de se fechar os Templos de Umbanda quando não havia liberdade de crença, não tem razão de ser no mundo atual. Muito ao contrário, é nessa época que NÃO DEVEMOS PARAR, é nessa época em que a quimbanda maligna trabalha à vontade, que o Templo deve estar preparado para, com o auxílio das Entidades de Luz, denunciar qualquer trabalho negativo que tenha sido feito para atrapalhar os Filhos de Fé ou frequentadores. Atualmente, interromper os trabalhos do Templo na Quaresma é descabido, é ingenuidade, é desconhecer que os inimigos trabalham nas trevas e que, se não temos o Preto-Velho, o Caboclo ou qualquer entidade que possa nos avisar do mau feito, estaremos desprotegidos, descobertos, ou seja, nas mãos dos inimigos. É preciso URGENTEMENTE esclarecer que a Quaresma não é Afro, é hebraico-europeia, e que já não é preciso se esconder de ninguém, pois nossa Constituição nos assegura o direito de liberdade de crença e os padres já não podem mais nos queimar nas fogueiras da inquisição.

Autor: Babalaô Ronaldo Antônio Linares